Se você acha que as redes sociais não têm nada a ver com seu negócio, mesmo sendo B2B, errou. Cada vez mais, elas têm um papel importantíssimo na comunicação corporativa e no mundo do empreendedorismo. Minha pesquisa de mestrado com 60 gestores de startups de Minas Gerais (o segundo estado brasileiro com o maior número de startups, segundo a ABStartups) mostrou que, para esses empreendedores, as redes sociais são fontes extremamente relevantes, mais que outras tradicionais na literatura acadêmica, como outros empreendedores, concorrentes, leis, regulamentações e normas governamentais, artigos científicos, patentes, teses e dissertações.
Além de as redes sociais terem se tornado fontes de informação relevantes, é incrível como, hoje, existem inúmeras estratégias de comunicação e marketing que podem ser desenvolvidas utilizando esses espaços digitais. E com uma grande vantagem: tudo é mensurável. Uma empresa consegue saber com certa precisão o quanto precisa investir em conteúdo e mídia digital para aumentar o tráfego no seu site, desenvolver ações de relacionamento com potenciais clientes e entregar à área Comercial leads qualificados: contatos de pessoas que já estão engajadas com a marca e/ou produto, inclinadas a determinada compra e preparadas para uma abordagem direta de vendas.
Como comentei no artigo anterior, infelizmente, não dá mais para escolher se sua empresa terá ou não um perfil corporativo nas redes sociais. É preciso monitorar o que as pessoas estão falando sobre sua marca, e muitas vezes elas falam pior nas suas timelines. Uma não-recomendação, se antes era um problema, no universo digital é desastrosa. Mas não pensemos apenas em situações negativas de gestão de crise de imagem. Os ambientes digitais oferecem muitas oportunidades de exposição positiva das marcas, e não falo de propaganda pela propaganda. Se você acredita que sua empresa tem conteúdo e conhecimento suficientes para se tornar autoridade em determinado assunto, os espaços digitais são o melhor e mais barato caminho.
Atualmente, trabalha-se muito com o conceito de utilidade da informação como moeda de troca. Se eu desejo fortalecer a minha marca para determinados nichos, então, preciso oferecer a esses públicos-alvo informação que faça sentido. Por exemplo: uma empresa de biotecnologia pode aproveitar suas redes sociais para dar dicas de saúde. Em vez de falar das maravilhas do seu produto, ela pode apontar tendências, mostrar pesquisas interessantes, dar dicas e sensibilizar as pessoas a partir de suas reais necessidades. Vale lembrar que o mais importante numa fanpage (página de fãs dentro do Facebook direcionada a empresas, marcas ou produtos) é o engajamento dos usuários, não o número de likes. E só existe engajamento se o conteúdo é de qualidade e faz sentido.
Um dos livros de marketing mais comentados no mundo dos negócios é o Epic Content Marketing: How to Tell a Different Story, Break through the Clutter, and Win More Customers by Marketing Less. Ele destaca justamente isso: a relevância do conteúdo e a forma de abordagem do produto. A comunicação também deve entregar ao cliente o que é valor para ele, e não para o empreendedor. Muitas vezes, enquanto agência, temos este trabalho: desconstruir o discurso das empresas, buscando desenvolver uma narrativa que realmente faça sentido e atraia o púbico. E, normalmente, essa comunicação (assim como a inovação) fica melhor à medida que é mais simples. Mas, estamos falando de empresas de tecnologia. Esse simples demanda conhecimento, técnica e muita conversa com os clientes. Isso porque, sempre quando possível, a melhor comunicação é a face a face.